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Selecção dos restos do mundo
evita descida até ao fundo


SPORTO: 9
RESTOS DO MUNDO
: 8



Crónica:
Em noite marcada pelo tardio início da peleja, foram claras as dificuldades na definição dos critérios para constituição das equipas. Por um lado, a progressiva debandada da (antes coesa) equipa do Benfica impede a manutenção de um 5 fixo. Por outro, uma lesão muscular no aquecimento impediu Figueiredo de dar o seu contributo aos avermelhados. Começou então o jogo com cincos nunca antes vistos no sintético: os restos do mundo, com Bruno Marques, Bonito, Moura, Valente, Cavaleiro; o Sporto, com Lee, Baptista, Lopes, Subtil e Ferreira.
Estranhamente, sentiu-se um avassalador domínio do Sporto durante a maior parte da contenda, que permitiu obter uma vantagem dilatada de 6 golos - que apenas não foram mais por manifesta falta de pontaria e sorte dos avançados azuis-e-verdes. O Sporto apresentava um futebol elástico, feito de rotação, posse de bola e concentração, apoiado no baluarte ofensivo que é José Eduardo Subtil. Os Restos do Mundo, apáticos, descoordenados e estáticos, estupidificavam o seu futebol, sem soluções, vivendo dos rasgos de Marques e dos pontapés de longa distância.
No entanto, dois factores fizeram mudar o evento. Primeiro, a sobranceria sportista baseada na larga diferença de golos e depois a intervenção enérgica de Figueiredo, a partir do banco, resultou numa forte reacção em campo. Os Restos passaram a cruzar o campo (algo que nunca tinham feito antes - ficavam pelos movimentos verticais) e a rodar os elementos no ataque. Mais concentrados na defesa, impediram os avanços do Sporto e passaram a criar perigo no último reduto adversário, que cedo se traduziu em golos.
Terminou o jogo com o Sporto em dificuldades, agarrando a magra vantagem de um golo.
No final, justa vitória para os verde-e-azuis pela consistência demonstrada.
Honra para os vencidos pela forma como assumiram as falhas e mostraram capacidade para dar a volta ao resultado. Ficam, para os restos, vários ensinamentos a reter no futuro: a troca de bola compensa, as desmarcações sem bola são obrigatórias, os movimentos horizontais e verticais são essenciais.


Análise d' Os jogadores - Tema: brinquedos de infância

SPORTO

Lee, Lego
Arquitecto da vitória, moveu as peças do Sporto a seu belprazer. Montou praticamente todas as jogadas do Sporto

Lopes, pião
Sempre em movimento, à roda de todo o campo, entontecendo as marcações e abrindo espaços para os colegas. Um exemplo de trabalho e a prova que o esforço é muito mais importante que a técnica. Precisa melhorar o remate, mas revela melhorias imensas

Subtil, soldadinho de chumbo
Um regresso aos tempos em que dominava o DERBI com a sua força e capacidade física, notando-se apenas uma maior lentidão. Os pés de chumbo fizeram dele um perigo eminente, sempre que viu a baliza contrária

Baptista, ursinho de peluche
Fiel companheiro, tacticamente disciplinadíssimo, usou pézinhos de lã para defender e atacar. Foi mais um obreiro da vitória.


Ferreira, action man

Fez gato-sapato dos adversários com a sua elasticidade e rapidez, principais armas do seu arsenal. Nunca virou a cara à luta.



OS RESTOS DO MUNDO

Cavaleiro, bisnaga
Suou água, baba e ranho, mas a maior parte dos seus disparos foram sem pólvora. Ainda assim, o perfil de lutador incansável, sempre descontente, fez dele o melhor e mais consistente dos restos

Figueiredo, boneca de porcelana
Lesionou-se no aquecimento... e foi para o banco. Quando começou a gritar com os colegas, a equipa melhorou bastante. Prova-se assim que a voz é a sua maior arma

Moura, cavalinho de balouço
Para trás e para a frente, para a frente e para trás, para trás e para a frente, para a frente e para trás... durante meia-hora, Moura só fez isto e não cruzou o campo, não se desmarcou. Quando procurou outros espaços, trocando com Valente, tudo mudou.

Bonito, Cubo Mágico
Muito complicado, enrolou em demasia o jogo dos restos, poucas vezes encontrando a solução certa para os problemas. Tão trapalhão que a bola parecia quadrada nos seus pés.


Marques, barbie

Um futebol bonitinho, feito de rodriguinhos e fintinhas, mas que não é para homens. Exibicionista, abusador no drible e remate, pouco esforçado a defender - muitas vezes, após perder a bola, não recuperou. Exige-se muito mais.


Valente, berlinde abafador
Quando toca na bola, já não a dá a ninguém. Começou muito egoísta no ataque, mas bem a defender. Acabou muito bem no ataque, apesar de praticamente não tocar na bola... mas as suas movimentações abriram espaços para os colegas


O escriba,
Nuno Querido Manha

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