O homem que mo deu - o cão

Equipa tacticamente indisciplinada
leva com forte porrada


SPORTO
: 8
BENFICA
: 7

(mais um, menos um)


Crónica
Jogo duro em Carnaxide, com os atletas de ambos os lados a entregar-se à partida, sem receio de esgrimir argumentos físicos.

Naquilo que já é um clássico do DERBI, o marcador evoluiu de forma bastamente equilibrada, sem nenhuma equipa capaz de descolar para uma vantagem de golos significativa.
Mas, na verdade, o marcador não revelava o que se passava em campo, onde o SPORTO ganhava vantagem sobre a formação do BENFICA, este último vítima de uma apatia confrangedora, à mercê da maior mobilidade e coesão táctica dos verde-e-azuis. Mas a balança equilibrava-se com a incapacidade concretizadora do SPORTO e com a excelente exibição ofensiva de Bruno Marques, que sozinho empurrava os encarnados para a frente.
Conseguiu o SPORTO marcar o golo da vitória, perto do aplauso final. O BENFICA tudo tentou para voltar a marcar, com um lance polémico no último segundo - entrada faltosa, muito dura, de Moura sobre Valente - a marcar irremediavelmente a partida. Incompreensivelmente, não se deu seguimento à falta, encerrando-se ali mesmo a partida.
Um resultado justo, num jogo viril


Análise d' Os jogadores - Tema: Animais domésticos

BENFICA

Bruno Marques, o Peixe de aquário

Vistoso, começou muito bem no capítulo ofensivo, desenhando sozinho grande parte dos golos do BENFICA. Mas, por outro lado, abusou no individualismo e meteu água por todos os lados na defesa. Pouco concentrado.


João Valente, o Burro
Um verdadeiro animal de carga, usou e abusou do seu forte pontapé, favorecendo sempre o jogo individual em detrimento do colectivo, parecendo ter palas nos olhos. No final, foi vítima de uma entrada duríssima de Moura, não assinalada. Deveria pensar mais o seu jogo.


Pedro "Bragança", o Hamster
Inofensivo, foi vítima da gaiola urdida pela defesa contrária. Muito prejudicado pelo fraco jogo colectivo dos companheiros, usou a sua ratice para marcar alguns golos. Acabou por correr muito sem chegar a lado nenhum.

João Cavaleiro, o Cão

Tacticamente indisciplinado, perseguiu a bola como um cão persegue uma cadela com o cio, deixando inúmeras vezes solto o seu adversário de marcação. Mostrou ser um fiel companheiro, mas... por alguma razão é o homem - e não a bola - que é o melhor amigo do cão.


Figueiredo, a Vaca
Bafejado pela sorte, defendeu na baliza inúmeros remates do avançado de Alcains, do felino de Paiva, do lusochinoafricano e seus comparsas. Mas também pesado e resmungão, não acertou uma única vez no alvo contrário, embora tentasse várias vezes a sua sorte. No final, sempre descontente, ficou a ruminar os porquês da derrota.



SPORTO

Carlos Bonito, o
Gato

De movimentos felinos, foi a muleta de Sérgio no funcionamento do carrocel Sportista. Os seus dribles estonteantes desequilibram-no e aos adversários, mas Bonito cai sempre de pé.


Sérgio Lee, o Cavalo
Um cavalo de batalha, nunca baixou os braços e lutou até à exaustão, mesmo quando a sorte nada quis com o SPORTO. Obstinado, saltou sobre todos os obstáculos até à conquista da vitória.


Mário Moura, o Cágado
Coriáceo, deu o corpo à luta quando foi necessário. Passou alguns momentos do jogo escondido dentro da sua carapaça, mas acabou por ser providencial, especialmente na baliza, com boas defesas aos remates contrários.

Miguel Lopes, a Pulga

À primeira vista passa despercebido, mas o seu trabalho foi valioso no desgaste da equipa do BENFICA. Saltou por todo o campo, muito móvel, correndo quilómetros (pronto, decâmetros) e fazendo contínuas cócegas na defesa adversária, que acabaram por infectar o trabalho defensivo dos encarnados.


Rui Castilho, o Boi
Incansável trabalhador e inabalável lutador, arrastou atrás de si os defesas benfiquistas em lances de insistência, lavrando bons ataques para o lado verde e azul. Começou pouco feliz no remate, mas acabou por ser um dos obreiros da vitória. Um boi jogo do retornado de Alcains


O escriba,
Nuno Querido Manha


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