Não faz mal, não faz mal, limpa-se ao jornal!

Regresso à competição
com quórum de eleição

SPORTO: 6
BENFICA: 9

Crónica
Ano novo, vida nova, DERBI renovado.
Findada a pausa natalícia, o DERBI voltou aos sintéticos de Carnaxide para gáudio da enorme falange de seguidores desta destemida agremiação.
Num quórum teoricamente marcado pela fartura de jogadores, a realidade acabou por trazer apenas 10 atletas para o pavilhão, incluindo 3 convidados e um muito saudado regresso: Coroatz, o catalão insular.
Alinhou a equipa do Benfica com um quinteto de luxo - Marques, Coroatz, Figueiredo, Bragança e Fernandes - ante um Sportica desfalcado dos habituais construtores de jogo - Subtil, Lopes, Baptista, Castilho e Moura.
Desde cedo a dinâmica rubra mostrou maior capacidade de construção de jogo. Alternando remates de longe, boas triangulações, contra-ataques venenosos e as jogadas individuais de Marques e Fernandes, os vermelhos puseram em sentido a formação bluverde, que sustentava o seu futebol na capacidade física e agressividade de José Eduardo Subtil.
Sem grande surpresa, o primeiro golo do ano foi para o Benfica, que nunca mais perdeu o domínio do marcador. Apesar do equilíbrio registado no placar durante a maior parte da partida, o resultado final - dilatado nos últimos minutos - acabou por espelhar com honestidade a supremacia atacante dos encarnados e a falta de capacidade ofensiva dos azuis-e-verdes, que falharam inúmeras vezes a concretização.
Resultado à parte, saúda-se o regresso de um DERBI saudável, eclético e globalizador, bem dentro do espírito que norteia a sua actual direcção. Permitam pois que o escriba envie um bem-haja para todos os que constroem as bases para um futuro risonho de um grupo desportivo que tanta alegria proporciona.


Análise d' Os jogadores - Tema: O Natal
SPORTO
Subtil, a Árvore de Natal
Um bravo que tentou a todo o custo levar a equipa azul e verde para a frente, Subtil foi a estrela que encabeçou o time Sportista. Por vezes de forma brilhante, por vezes mais apagado, tentou estar em todo o lado, no ataque e na defesa, com força para dar e vender.

Moura, as prendas
Surpreendeu toda a gente com a oferta dada à equipa adversária: um auto-golo pleno de oportunidade. Mas não ficou por ali e embrulhou com mestria um golo no reatamento do jogo, com um remate (quase) indefensável no ângulo da baliza encarnada. Deu tudo o que tinha.

Lopes, a roupa velha
Pouco interventivo, passou ao lado do jogo. Cumpriu no capítulo do esforço, mas não teve sucesso nas investidas atacantes. Na defesa, ficou para as sobras, mas viu-se e desejou-se para parar o ataque vermelho.

Castilho, o caldo verde
Muito adiantado e agarrado à bola, entornou o caldo ao falhar tantas vezes o alvo. Ainda se esforçou na retaguarda, mas notou-se em demasia a falta de consistência defensiva do seu futebol. Ainda assim, deu sopa aos defesas adversários.

Baptista, as azevias
O seu futebol açucarado de fino recorte, foi prejudicado pelas dificuldades físicas patenteadas. Segundo a equipa médica, enquanto não recuperar a unha destroçada, está frito.


BENFICA
Figueiredo, a fatia dourada
É um pouco gorduroso e nem sempre é consistente, mas brilhou no sintético ao marcar o primeiro golo do ano. Esforçado, tentou promover o carrocel e acabou encharcado em oleoso suor.

Bragança, o bacalhau cozido
Rijo, prevísivel, mas sempre presente e sempre útil, Bragança fez mais uma exibição discreta mas muito eficiente. Trabalhando para o colectivo, faltou apenas mais do "sal do futebol": o golo teimou em fugir-lhe.

Nuno Fernandes, o perú de Natal
Numa exibição recheada de bons pormenores, acabou por não ser feliz em muitas jogadas, abusando no drible e no individualismo. Cozinhou em demasia os lances, com resultados que não se coadunam com o seu (evidente) talento.

Coroatz, os sonhos
Exibição de sonho do insular retornado, principal roda motriz do carrocel encarnado. O seu futebol feito de saborosos pormenores, misto de técnica e força, adocicou a exibição benfiquista e levou-a para outra dimensão.

Marques, o bolo-rei
Continua a ser o rei da equipa encarnada, o homem que faz rodar o futebol do time benfiquista. Das suas chuteiras cristalizadas saem verdadeiros brindes para os colegas. Apenas lhe calhou a fava quando, num mau domínio de bola floreado, deu um golo ao adversário.


Um grande ano para todos, é o desejo d' o escriba,
Nuno Querido Manha

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