Sinais do tempo

Jogo muito equilibrado
no último segundo desempatado

PORTICA: 6

SPORTING: 7


Crónica

Numa jornada marcada (novamente) pelas dificuldades na elaboração do quórum, houve espectáculo desportivo no pavilhão Carnaxidense.
Perante as prolongadas ausências de jogadores nucleares, o maior prejudicado desta autêntica sangria de recursos acabou por ser a formação benfiquista: forçada a alinhar cooperativamente com o FCP e a utilizar os préstimos de Figueiredo, fisicamente debilitado.
Avançaram então as formações com Figueiredo, Bonito, Coroado, Marques e Cavaleiro pelo lado blaurubro; alinhando, pelos verdes: Cruz, Baptista, Lee, Moura e Falcato.
A toada de jogo fica marcada pela forte capacidade técnica evidenciada pelo lado azul e encarnado, ante o pragmatismo do plantel sportinguista: perante o futebol individualmente mais urdido de Marques & Ca., soava o tambor acelerado do moçambicano Lee, carregador vertical da sua equipa.
Os processos eram diferentes, mas os resultados semelhantes: o jogo encontrava-se equilibrado, não havendo desvios significativos no marcador. Até que dois factores marcaram a diferença: a magnífica exibição de Cruz e as sucessivas (e suicidas) perdas de bola na saída da defesa encarnada desequilibraram a balança, impedindo que a produção ofensiva dos portiquistas se traduzisse em golos e permitindo o avanço dos sportinguistas.
E num final vertiginoso, quando tudo apontava para um empate, Baptista acabou por arriscar e apontar o golo da vitória verde-e-branca, exactamente no momento em que soava o aplauso final.


Análise d' Os jogadores - Tema: Sinais de trânsito

SPORTING
Moura: Perigo - Animais
Muito lento no arranque, acabou por ser útil pelo trabalho de desgaste que fez na defesa contrária. Nem besta, nem bestial, mas assinalando prestação positiva.

Cruz: Perigo - Passagem de nível com guarda
Guardou a baliza sportinguista com 11 chaves - uma para cada um dos seus dedos. Inviolável, excelente a sair dos postes, não tendo receio de pôr em risco a sua integridade física.

Lee: Obrigação - Rotunda
Fundamental na circulação da bola, fez girar a equipa sportinguista. O habitual espírito de luta veio ao de cima, não se poupando em esforços para conquistar a vitória.

Baptista: Perigo - Cedência de passagem nos estreitamentos da faixa de rodagem
Foi o mais decisivo sportinguista em campo, mais ainda que Cruz. Apontou o golo da vitória num de muitos vai-vens plenos de sagacidade táctica. Venenoso no remate, sempre prático nas acções ofensivas e defensivas.

Falcato: Perigo - Idosos
Lento, preso de movimentos, é claro que a agilidade não é a de outros tempos. Ainda assim esteve melhor, muito melhor que na última jornada, mostrando melhorias físicas e contribuindo, com o seu esforço, para a vitória da sua formação.



PORTICA
Bonito: Perigo - Pavimento escorregadio
O seu futebol rendilhado não surtiu efeito, tendo sido presa fácil da defesa verde-e-branca. Claramente pouco entrosado com os colegas, escondeu-se muito. Nas vezes em que tentou o drible, escorregou nos seus intentos.

Cavaleiro: Perigo - Cavaleiros
Qual Francisco Louçã, escondeu-se na extrema-esquerda e de lá não saiu. Pouco móvel, não se envolveu no carrocel, com claro prejuízo para a manobra ofensiva e defensiva do Portica. Dá a impressão de, tacticamente, ter passado de cavalo para burro.

Figueiredo: Indicações - Deficiente
Nitidamente em dificuldades, fez bem o que melhor sabe fazer - sofrer golos. Registou 2 boas defesas, mas pouco mais. No final da partida, acabou por ter que avançar para o jogo, ante a debilidade física de Coroatz. Foi o seu adversário directo - Baptista - quem marcou o remate vitorioso dos de Alvalade...

Coroatz: Proibição - Trânsito proibido a veículos agrícolas
Trabalhou bastante, mas não atingiu o nível de outros jogos. Patenteando o desnorte colectivo, foi melhor no plano individual, saudando-se a sua habitual entrega e a raça em cada disputa de bola.

Marques: Perigo - Saída num cais ou precípicio
O virtuoso jogador encarnado até começou bem, com um golo de excelente efeito, mas acaba por ficar ligado à derrota da sua equipa pela quantidade "suicida" de bolas perdidas na sua defesa - e que diversas vezes acabaram por dar em golo.


O escriba,
Nuno Querido Manha

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