Cozinho para o povo

Na estreia dos Orgãos Sociais, foi o BenPorto quem sorriu mais
BENPORTO: uns 10
PORTICA: p'rái 7

Crónica
Suportado pelos seus novos e democraticamente auto-nomeados Orgãos Sociais, o DERBI revelou ontem um novo fôlego, espelhando e espalhando saúde, entrega e suor no sintético de Carnaxide.
Perante a surpresa de uma convocatória atempada com um quórum excessivo para a prática da contenda, evoluiram no palco da diatribe as equipas do SPORTICA ante a do BENPORTO. A ausência de Ricardo e a troca de Sousa por Subtil acabou por impedir a tão badalada desforra da jornada passada. Ganhou com isto o espectador, que pôde deliciar-se com um bonito espadeirar dos antagonistas, servido com equilíbrio e emoção até final.
O jogo começou com vantagem para o Sportica, com Moura a revelar os seus - por vezes tímidos - dotes de finalizador. Reagiu bem o Benporto, sob a batuta de Marques e por muito tempo a toada tornou-se equilibrada. No final, perante a ligeira vantagem do marcador do Benporto, o Sportica arriscou um pouco mais e acabou por ceder aos venenosos contra-ataques e remates de longe dos Benportos.
A vitória, no final, congratula a mais organizada equipa sobre o sintético. Mas em esforço e honradez, não se duvida que empataram as duas formações e por volumoso resultado.


Análise d' Os jogadores - Tema: utensílios de cozinha

SPORTICA

Lee - Panela
O maestro, o criador do refugado, o originador do repasto. Por ele se cozinha todo o jogo do Sportica, nos passes, desmarcações, tabelinhas e demais ingredientes que compõem o futebol. Merecia sair do jogo com outro sabor.

Bonito - Galheteiro
O jogo do costume, com os seus muito badalados rodriguinhos a serem o tempero do futebol Sportico. Individualista, o artista do drible conseguiu várias vezes penetrar na bem urdida defensiva contrária.

Moura - Saleiro
Por ali morava o sal do Sportica - ali estava o sabor a golo. Começou muito bem, a marcar os golos que dinamizaram o melhor início do jogo do Sportica. Mas com o decorrer do tempo e o avanço do cronómetro, o peso do vai-vem teve os seus efeitos. Acabou banhado no sal do seu suor, na baliza que tanta fama lhe grangeou.

Castilho - Fritadeira
Um largo atleta que muitas vezes surpreende as defesas com a facilidade "oleosa" com que se esgueira e ganha espaço para a baliza. Denotando a sua apetência pelo golo, foi sempre uma seta para a baliza adversária, descurando por vezes a sua intermediária.

Sousa - Tupperware
Em Sousa estava guardada parte da esperança Sportiquista. Inigualável conhecedor da equipa rival, mestre em fazer saltar a tampa ao adversário, sentiu-se tocado a meio do jogo. Sofreu nitidamente o Sportica quando o seu tupperware foi para a prateleira.

Pedro Vasco - Ralador
Raspou-se várias vezes no sintético e nos adversários, tentando a custo impedir a sua progressão. Mas não conseguiu tapar alguns buracos e foi por si que entraram alguns dos ataques do Benporto.


BENPORTO

Marques - Faca de manteiga
Qual faca em manteiga quente, dilacerou bastas vezes a defensiva contrária. Venenoso a atacar, seguro a defender, foi o melhor jogador em campo e o mais brilhante dos vencedores

Subtil - Faca do pão
Onde Marques corta sem dificuldade, Subtil corta à bruta! De serrilha grossa e afiada, bateu, raspou e cortou a côdea e miolo do Sportica. Potente.

Coroado - Varinha Mágica
Remexeu o jogo do Benporto, criando as mais bonitas jogadas do seu time. Jogando para a equipa - apesar dos seus inegáveis dotes técnicos - foi ainda um garante da coesão animica da equipa.

Valente - Rolo da massa
Rijo. Forte. Massa bruta. Valente é o defesa à moda antiga, o muro intransponível que a massa adversária teme. Rematando ainda de forma um pouco excessiva, foi bem mais comedido que na jornada passada. Inegavelmente, ganhou com isto a sua equipa.

Bragança - Quebra-nozes

Defendeu bem e atacou muito, se bem que com menor exactidão que noutras partidas. Lutador incansável, prefere quebrar a torcer.

Figueiredo - Balança
Tentou equilibrar a equipa, jogando mais na posição que na procura de bola. Voz de comando, manteve-se mais fixo na defesa, arriscando pouco no ataque. O excesso de peso também não dá para muito mais.


nota do autor: não podendo prometer crónicas semanais como outrora, farei um esforço nesse sentido. A de hoje é dedicada ao Exmo. Dr. Mário Moura figura que, pela hombridade e imensidão do falo, mereceu sem dúvida esta meia-hora que perdi nesta brincadeira. Um abraço

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